Em São Paulo Munira Khalil El Ourra cedeu os óvulos que fecundaram (olha o plural! são gêmeos) na barriga de Adriana Tito Maciel, sua companheira. A gestação já está na 31ª semana. Legalmente a mãe biológica é a que carrega o bebê "no ventre" (melhor que barriga!), mas pelo exame de DNA não. O que elas querem é poder registrar as crianças no cartório com os sobrenomes delas e as duas como mães na certidão de nascimento. "Como qualquer família normal". A matéria ainda conta a história de Adriana que tinha endometriose, e por essa razão já havia arrancado um ovário. Segundo seu médico, uma gravidez reduziria suas dores em 80% e lhe daria um filho, um sonho dela, antes que o útero ficasse inválido. E foi o médico que sugeriu isso tudo, ao descobrir que Adriana só tinha metade do ovário esquerdo e que não poderia engravidar com seus próprios óvulos, sugeriu a Munira que cedesse os delas.
Pessoas, imaginem ter duas mães! Na boa! A história é bonita e tal... mas duas mães?! Duas? Acho completamente válido e importantíssimo que casais homossexuais sejam reconhecidos legalmente e tal, mas cara, "como qualquer família normal" é tudo que essa famíla não é. E não digo isso opondo normal/anormal, mas sugerindo uma distância entre um padrão rompido e a particularidade da situação/relação delas..... Porque não se trata só de realizar o sonho do bebê próprio e da redução em 80% das dores alucinantes de alguém, se trata principalmente do desenvolvimento futuro de 2 crianças.
Às vezes eu tenho a impressão que os "avanços da ciência" ofuscam as conseqüências que isso vai acarretar pras futuras gerações. Mas é a vida acéfala e moderna, não é mesmo?
(matéria no site da revista época)
14.3.09
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Eu só sei que ando louco por um filho..não posso ver uma criança que já faço planos!
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