Recentemente minha mãe recebeu aquele telefonema trote do seqüestro relâmpago. Trote tradicional. Escrevo isso aqui pra dizer que essa prática continua, acho importante a gente se “desensibilizar” deste susto. Na mesma semana ligaram para o irmão de um amigo e outros amigos disseram que isso já aconteceu com eles também, alguns mais de uma vez. Eu achava que eles não faziam mais isso, nunca mais ninguém falou nada, mas eles ainda fazem e isso ainda assusta, principalmente porque não temos a quem recorrer, não temos como fazer algo relevante, então nos mantemos mais uma vez na velha sensação de inércia e/ou impossibilidade de ação.
E é para contrariar isso que lanço a campanha: “Por uma vida mais surreal”. Conversando com amigas chegamos à brilhante conclusão de que devemos combinar códigos com nossos mais íntimos para nos precaver. Se ao fundo da ligação sempre tem alguém chorando e gritando: “mãe”, “socorro”,”ai,ai,ai”, o que seja, porque não estabelecermos com os mais próximos códigos absurdos?! Dei o exemplo de combinarmos a palavra “paralelepípedo”. Imaginem a situação! Ou então de entoarmos nosso lindo hino nacional, sem a mão no peito caso estejamos amarrados de forma inconveniente - uma (última?) homenagem a um país tão preocupado com seu povo. (Imaginem a cena! Nem darei exemplos, acredito mais na fantasia) Isso acontecendo faria os “meliantes” se darem ao trabalho de inventarem os próprios absurdos, na tentativa de acertarem nossos códigos. E se a galera mais humilde tem criatividade de sobra pra inventar nomes próprios (ex.: Maicosuel), imaginem a criatividade para inventar os absurdos, sejam as palavras, sejam as canções. Também seria uma boa forma de incentivar a pesquisa, eles seriam levados a escutar outras músicas, procurarem por outras informações. Poderíamos até fazer códigos por temas para ajudá-los, tipo: janeiro: canções populares, fevereiro: marchinhas antigas, março: Vinicius de Moraes e Tom Jobim, e assim por diante.
Tô brincando, mas o fundo de verdade é grande. Pensem nisso!
Chega de marcha na praia, abraço a Lagoa, cartazes classe média dizendo “Basta!”.
Temos que agir de verdade!
Do jeito em que estamos, acho que só algo para além da realidade pode fazer ser possível voltarmos a viver nela.
Ou como diz a canção: “O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou.”
Reparem!!!!!!!!!!!
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Já ligaram um monte de vezes pra minha casa tentando aplicar esse golpe. Já ligaram pro meu pai dizendo que a filha dele tinha sido sequestrada. Detalhe, meu pai não tem filhA, somente dois filhos, eu e meu irmão. Quando meu pai informou isso pro sequestrador ele "espertamente" mudou a voz do sequestrado de mulher para homem.
ResponderExcluirSURREAL esse golpe. Da última vez que ligaram, há pouco mais de uma semana, a diarista que trabalha conosco há uns 20 anos e nunca tinha ouvido falar no golpe (ela não lê a revista VEJA nem acessa a Internet) ficou completamente em pânico e ligou para os meus pais para informá-los que eu havia sido sequestrado. Minha mãe, que também já atendeu esse trote algumas vezes, explicou tudo para ela mas mesmo assim eu tive que entrar em ação e ligar para a empregada que estava em prantos pra acalma-lá. Muito triste isso.
Também conheço uma história de uma família que teve que se mudar porque caiu no golpe do falso sequestro e pagou o resgate. Os "sequestradores" passaram a chantageá-los com frequencia até que não restou outra alternativa a não ser fugir.
Por mim a campanha já está lançada: por um mundo mais surreal pra quem sabe voltarmos a uma realidade menos injusta e cruel.
eu estou reparando!!
ResponderExcluirO estado de inércia está crescendo e facilitando esses casos surreais. Todos nós temos que reagir para, assim, haver uma mudança.
graças ao santo deus q eu nunca passei por isso, tenho medo de como reagiria.
Não sou do tipo revolucionário na prática não..sou um reclamão preguiçoso mesmo. Mas pelo menos não jogo papel na rua!
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